Os locais mais atingidos são a região ileocecal e o reto e os sintomas mais comuns são dor abdominal inespecífica, perda ponderal e alterações do trânsito intestinal, por vezes com náuseas, vómitos, febre, hemorragia gastrointestinal ou abdómen agudo. Em metade dos doentes identifica-se uma massa abdominal. A inespecificidade das queixas e dos exames complementares pode originar atrasos no diagnóstico. O tratamento ótimo não está estabelecido, admitindo-se que a excisão cirúrgica do segmento atingido é a melhor opção12. O papel da quimioterapia adjuvante em todos os casos não é consensual,
sendo que alguns autores a preconizam só nos estádios mais avançados12 and 13. Têm sido citados como fatores de risco para desenvolvimento de linfoma a inflamação crónica (nomeadamente a DII e a AR) e o uso de imunossupressores3, 4, 5, 6, 7 and 8. Embora haja casos de linfoma intestinal em doente com DII, os estudos de base populacional não têm mostrado Buparlisib ic50 um risco acrescido2, 14 and 15, mas a AR está claramente associada a um risco aumentado de desenvolvimento de linfoma, nomeadamente de tipo não-Hodgkin3. O uso prolongado de metotrexato na AR é fator de risco adicional, havendo casos em que o linfoma regrediu após a suspensão do fármaco3,
4 and 5. O diagnóstico de linfoma num doente com DII é difícil see more já que se pode manifestar apenas como uma alteração do curso da doença, com eventual presença de massa abdominal. Além disso, os achados radiológicos e endoscópicos podem assemelhar-se aos da DII, sendo indispensável a histologia. Mesmo sem suspeição clínica de linfoma, esta hipótese deve ser considerada no diagnóstico diferencial perante o agravamento de provável DII e sobretudo se houver fatores de risco, como a presença de AR ou a imunossupressão prolongada com metotrexato. Os autores declaram não haver conflito de interesses. “
“O hemangiendotelioma
epitelióide hepático (HEH) é um tumor maligno vascular (OMS, 2002) raro, cujo potencial agressivo é variável e imprevisível. Pode cursar de forma indolente1, regredir espontaneamente2 ou causar o óbito em poucos dias após o diagnóstico3. Este caso relata um desfecho fatal. Doente de 49 anos, C1GALT1 de raça caucasiana, internado no nosso serviço em 25/02/2011 para estudo de massa hepática volumosa. Clinicamente, o doente referia desconforto abdominal localizado no hipocôndrio direito com dois meses de evolução, acompanhado de quadro febril de instalação recente. Dos antecedentes pessoais, de notar história de carcinoma basocelular da face, submetido a cirurgia há 8 anos, dislipidémia, hiperuricémia, e apneia do sono. Presentemente sem qualquer medicação. Antecedentes familiares irrelevantes. O doente era portador de análises laboratoriais realizadas em ambulatório que revelavam uma GGT 220 U/L [valor de referência (VR) < 38], TGP 55 U/L (VR < 34), com os restantes parâmetro normais.